Dentre a lista de possibilidades para análise, os portais escolhidos foram os que mais se destacaram no quesito estrutura. Tanto o Diário de São Paulo quanto o Brasil Econômico, apesar das deficiências, são sites com enorme potencial visual e de integração entre o ciberespaço e os seus usuários.
A primeira vista, ambos são bem organizados e com um perfil muito parecido, mas o motivo da escolha para análise comparativa se deu pelo fato de que os pontos positivos de uma página são complementares aos da outra. É notável que os aspectos mais explorados em um deixam a desejar no outro.
No período de 10 a 17 de março foi possível perceber que uma das diferenças mais notáveis está na abordagem do conteúdo. Enquanto as notícias do Diário permeiam por temas referentes aos mais variados assuntos – Esporte, Cotidiano, Entretenimento, Nacional e Mundial –, o Brasil Econômico, fazendo jus ao nome, se atem mais a informações globais com enfoque no mercado e economia, dando um menor espaço a títulos como Sociedade e Esporte.
CONTEÚDO
Logo na página principal nota-se que, enquanto o Brasil Econômico explora o uso de fotografias em diversos pontos, o Diário de São Paulo as utiliza apenas no início da apresentação, aproveitando o restante do espaço para destacar as manchetes mais atuais. No portal de economia, além dos títulos em destaque, encontram-se mais uma gama de informações diversificadas e ilustradas.
Essas notícias, expostas na primeira página, em geral trazem uma chamada curta e objetiva, mas o corpo da matéria se apresenta com consistência informativa, variando o tamanho do texto de acordo com o grau de importância da nota. Ainda no âmbito de relação direta com o hipertexto, o site Brasil Econômico não faz a utilização de hiperlink ao longo da informação, mas, em alguns casos, reserva um espaço ao lado da matéria com assuntos relacionados (fig. 1). O Diário de São Paulo, às vezes, também disponibiliza esse local contendo títulos em comum e até apresenta hiperlink dentro da matéria (fig. 2), mas ao invés de direcionar o leitor para alguma informação complementar, a palavra em destaque abre uma janela de publicidade.
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fig.1 |
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fig.2 |
Além das mídias tradicionais, de texto e imagem, os complementos da narração jornalística são escassos. Nos dois casos não existe registros de áudio e os infográficos também são uma ferramenta pouquíssimo explorada. Os únicos elementos encontrados com objetivo de facilitar a interpretação da informação foram algumas tabelas do Brasil Econômico.
O vídeo também é uma mídia relacionada à multimidialidade dos portais e a utilização do mesmo foi relativamente restrita ou mal implementada. No Diário de São Paulo, pouquíssimas matérias compostas com esse recurso foram encontradas e no Brasil Econômico, apesar de possuir uma seção para e quesito, os audiovisuais não estão acoplados a nenhum texto, são apenas reproduções do programa de TV de mesmo nome.
PÚBLICO
A tentativa de fazer o leitor se sentir parte integrante do processo jornalístico é tratada de forma diferenciada pelos sites em questão. O Diário de São Paulo explora mais os recursos de interatividade (fig.3), promovendo enquetes e disponibilizando uma seção no menu – com formulários – para que os usuários participem das publicações. É possível enviar fotos, vídeos ou mesmo matérias com algum flagrante ou assunto do cotidiano.
Já no Brasil Econômico, apesar da interatividade se limitar as enquetes realizadas, o público está muito bem servido no item personalização (fig. 4). Além de link direto para determinar as preferências, cada seção da página inicial é exposta como uma janela independente, podendo ser fechada, minimizada ou movimentada, para qualquer espaço da home, de acordo com o interesse pessoal.
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fig.3 |
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fig.4 |
Apesar de cada um se aprofundar especificamente em pontos distintos do interesse do público, os dois disponibilizam, em toda e qualquer matéria, links para compartilhamento da notícia em redes sociais. Além de também oferecer espaço para que as pessoas deixem sua opinião sobre os temas discutidos.
TEMPO
No que diz respeito à perenidade, o material jornalístico produzido pelos portais é arquivado em quantidade indefinida, mas é possível notar que existe um montante considerável no acervo, que pode ser encontrado através das ferramentas de busca disponíveis.
Ainda dentro dessa relação com o tempo, o fator instantaneidade é evidenciado, em ambos, com um espaço exclusivo para as últimas notícias do dia. A todo instante as manchetes são atualizadas e é possível perceber que existe uma preocupação em transmitir o fato o mais rápido possível. Essa atenção é mais rígida no Diário de São Paulo (fig. 5), que não interrompe a transferência dos fatos aos domingos e nem à noite, ao contrário do Brasil Econômico (fig. 6), que faz essa pausa durante o final de semana e a partir das 21h de todos os dias.
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fig.5 |
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fig.6 |
Diante dos itens analisados, ficou claro que um layout atrativo não é essencialmente sinalizador de qualidade jornalística. O visual do site é um aspecto de extrema importância, mas é claro que não impede que várias falhas estejam enrustidas na estrutura de transmissão da mensagem.
Portanto, apesar de terem um ‘esqueleto’ bem desenvolvido e uma distribuição de notícias muito organizada, os portais apresentam vários aspectos a serem melhorados, não tanto no corpo do texto, mas no sentido de englobar o público no universo informativo e fazê-lo sentir-se privilegiado por ter a notícia em primeira mão.
Aluna: Raquel Santos
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